No século XIV já Alpiarça (Alpearça) existia como povoação.
O rio Alpiarça era no reinado de D. João I coutada real. Era comum os monarcas usufruírem de terrenos para pescarem e caçarem e aqui só unicamente o rei poderia caçar ou pescar, outros para o fazerem teriam que ter uma autorização especial.
Há notícia que em 1436, o povo do concelho de Santarém faz uma petição ao rei, para que no rio Alpiarça se pudesse pescar com covões (espécie de cesto de vime, usado para pescar nos rios), pois pescar com cana não era rentável. O rei D. Duarte cede ao pedido e autoriza a utilização dos covões em determinadas zonas do rio.
Nas Cortes de 1439, o povo de Santarém volta a manifestar-se contra a coutada real do rio Alpiarça, alegando que os rios são livres e que todos deveriam ter direito de pescar. O povo manifestava-se contra alguns poderosos que o proibiam de pescar no tempo do sável.
O regente D. Pedro declara livre a pesca no rio Tejo (1442), no entanto o rio Alpiarça continua a ser coutada real em algumas zonas. O rio Alpiarça aparece sempre associado à abundância de peixe, talvez fosse esta a razão pela qual ele era considerado coutada real. O padre Luiz Cardoso, no Dicionário Geográfico (1747) referencia a fertilidade das terras junto às margens do rio Alpiarça, assim como a abundância de peixe, nomeadamente fataças e barbos.
Através do recenseamento de eleitores do Concelho de Almeirim, consegue-se conhecer um pouco a freguesia de Alpiarça. Com efeito, em 1845 existiam na freguesia, 51 proprietários, 6 fazendeiros, 3 lavadores, 1 boticário, 2 bacharéis, 1 cirurgião entre outros. Para fazer parte deste recenseamento era necessário saber ler e escrever, desconhecendo-se assim a profissão de muitos analfabetos. Quanto ao comércio, existia nesta data na freguesia 10 mercearias, 6 padarias, 6 tabernas, 2 boticas e 1 vendilhão.
O Grupo de Dadores de Sangue do Concelho de Alpiarça (GDSCA) não é contudo tão antigo como a história da sua cidade. Nasceu em 1993, há 27 anos atrás, mas tal como a história conta nasceu da vontade abnegada e altruísta dos seus conterrâneos em dar sangue. Se no século XV Alpiarça aparece associada à abundância de fataças e de barbos, no século XX destaca-se no movimento associativo da dádiva de sangue.
No passado dia 25 de Setembro não deixou de assinalar o seu 27º aniversário, com uma comemoração muito simbólica devido às restrições que esta pandemia tem imposto. O Presidente da Câmara, a autarquia local, a FEPODABES e o IPST também cantaram os parabéns. Não se apagaram as velas, não só por questões de etiqueta respiratória, mas também porque as máscaras não permitem. No entanto brindou-se, recordaram-se antigos membros e fundadores do grupo e ambicionaram-se muitos anos de vida. Numa sexta-feira em horário pós laboral houve 30 inscrições de dadores e trouxeram-se 26 unidades de sangue.
Parabéns GDSCA e muitos anos de vida