A Coordenação Nacional da Transplantação participou no XV Congresso Português de Transplantação, que teve lugar nos dias 24, 25 e 26 de março. A coordenadora nacional da transplantação teve a seu cargo a organização de uma sessão sobre “Coordenação” que contou com a participação dos seus assessores e de alguns distintos cirurgiões cardíacos, com comunicações com um claro enfoque na inovação e na discussão de novas soluções.
a) A sessão iniciou-se com a apresentação, pela Dra Margarida Ivo, da situação da transplantação cardíaca em Portugal e a sua comparação com os restantes países da Europa. Foi a introdução deste tema, onde foram apresentadas diversas soluções e caminhos a trilhar rumo ao aumento da transplantação cardíaca em Portugal pelos cirurgiões cardíacos convidados.
b) Na segunda parte foram apresentados temas inovadores, nomeadamente o desenvolvimento necessário ao Registo Português da Transplantação (RPT) nos perfis CST e GCCT de forma a viabilizar o acesso à informação do dador e da lista de candidatos a selecionar para alocação renal, reforçando a transparência e segurança do processo de doação e transplantação, bem como garantindo a equidade no acesso à informação do dador.
c) Apresentaram-se também alguns casos-estudo relativamente à possível utilização de drones como meio alternativo aos métodos convencionais no transporte de órgãos. Sendo ainda um tema recente, e consequentemente também algo especulativo, discutiram-se pontos críticos e debateram-se ideias relativamente às suas vantagens, mas também relativamente a obstáculos ainda por ultrapassar antes de encarar uma sua eventual futura implementação como alternativa.
d) Foi ainda lançada neste congresso, a ideia do “cartão do transplantado” como plataforma digital, que poderia abrir as portas para o acesso a uma informação fidedigna que pudesse garantir os princípios básicos da transplantação e que em simultâneo fornecesse aos seus utilizadores informação clínica adicional (terapêuticas, exames, etc.).
e) Numa outra sessão sobre “Tecidos Oculares”, onde a Coordenação Nacional da Transplantação também esteve representada, foi feita uma breve apresentação dos dados dos últimos 5 anos da transplantação de córneas que resumiu a atividade referente ao número de dadores de tecidos oculares e do impacto da atual pandemia nesta atividade. Esta apresentação serviu de mote para uma discussão com um olhar analítico sobre um conjunto de implementações possíveis com vista ao cada vez melhor aproveitamento destes tecidos.