O transplante cardíaco representa para os doentes que se encontram em lista ativa, uma “oportunidade de ouro”. A possíbilidade de sobreviver a uma doença cardíaca que lhe condiciona a vida e o futuo, embrenha-se com uma enorme turbulência de sentimentos. É na morte de alguém, acontecimento trágico para quem perde um ente querido, que se encontra a resposta e a viabilidade de uma vida melhor.
Esta dicotomia, que estabelece uma linha muito ténue do ser humano, aplica-se também aos profissionais de saúde envolvidos nesta área de atividade, que encontram na morte, uma esperança de vida. Com esta esperança, estes profissionais constroem enormes sucessos na área da medicina.
Este avanço da medicina, que transforma a doação e a transplantação de órgãos sólidos num dos seus maiores sucessos ao longo de décadas, deverá ser realçada e reconhecida.
Com a inestimável ajuda do INEM, FAP, GNR e PSP, Portugal realizou a 10 de agosto o 37º transplante cardíaco. Este número tem uma representação especial, uma vez que igualou o número de transplantes cardíacos realizados em 2022.
Apesar de nos encontrarmos bem posicionados nesta área relativamente ao resto do mundo, estamos a superar os resultados em Portugal e a possibilitar aos nossos doentes uma esperança acrescida.
A todos os que heroicamente disponibilizam de forma benevolente e altruísta um coração a um desconhecido após a morte, uma enorme homenagem.